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A odulogia no novo mundo

A odulogia no novo mundo

Para entender melhor o método de Ifá devem-se estudar os principais Odú, que são 16 ou para alguns 17, incluindo-se Exu, conhecido como Erendilogun, onde esse jogo é dado a Exu e a Oxum para que se pudesse descrever a forma de culto ao orixá, lembrando que através do jogo de obi, opolê e ikin pode-se identificar também os omolodus ou Omo Odú. Essa ciência foi perdida com o passar dos tempos, alguns babalawos tentam resgatar o culto da forma mais tradicional, mas alguns babalawos estão vindo recentemente ao Brasil trazendo uma nova forma de culto, uma nova forma de Ifá. Pois na tradição africana, os mais antigo é o itefá, o itefá era uma forma principal de culto para se tornar uma awo ifá, mas hoje as pessoas não chegam a fazer o itefá, apenas fazem o culto a Òrúnmìlà, esquecendo de agregar ori ao cotidiano do ser humano para que ele possa ter uma vida melhor. Desta forma muitos babalawos acabam perdendo também as suas tradições, e tendo que retornar a África para relembrar e rever alguns conceitos.

Orisá Ori, esu bara e odu estão ligados ao mesmo conceito e quando estão equilibrados conseguimos tudo o que se quer na vida: fama, dinheiro, amor etc. Dentro do culto existe resposta para tudo e para tudo existe um ebô, um preceito a ser cumprido. Devemos lembrar que Ifá não é questionamento e sim conhecimento e sabedoria, devemos aprender com Ifá, pois só ele pode nos levar até o Criador e nos mostrar a verdade sobre essa Terra.

Alguns babalorisás vendo as dificuldades de se prosseguir com o culto, começaram a usar os números para melhor identificar seu culto, usando os números unidos a astrologia. Assim faziam alguns padres franciscanos da época que estudavam astrologia e entraram em contato com diversos sistemas de adivinhação. Alguns africanos percebendo similaridades entre a astrologia e Ifá , começaram a descrever o culto de ifa, através da interpretação da astrologia e da numerologia, formando assim a cabala de Odú, adaptando aos terreiros antigos da época. Hoje alguns babalorisás e babalawos questionam este método, mas deve-se lembrar que hoje na África atual os babalawos, áworó, arabá estudam astrologia, numerologia para melhor descrever o culto de ifá e hoje esses sacerdotes pesquisam sobre tudo e todos para que o culto de ifá tenha uma maior visibilidade e englobe toda a sua riqueza de ensinamentos.

Quando falamos de Òdúlogia (A ciência do Karma ou o conhecimento do estudo do karma), falamos em aprender melhor a tradição dos 16 ibá odu para que eles possam ser manipulados corretamente no decorrer da vida do ser humano. A Òdúlogia nos ajuda a entender melhor o culto e a sua tradição. Deve-se sempre consultar Ifá para saber o melhor caminho para o ser humano. Muitas vezes nos esquecemos de que ifá tem a resposta para tudo, por isso devemos questionar, perguntar o conhecimento dos babalawôs. Para aqueles que não acreditam no conteúdo do Odú e sua ciência deve estudar primeiro com o seu arabá, babalawô,olowo, babalorixá ou aworó, para que entenda melhor o conceito de Odú sobre a Terra.

Atualmente na África conhecida como Nigéria existe a maior concentração de Babalawôs do mundo. Existe um conceito diferenciado de babalawôs, aonde alguns estudam a numerologia, a astrologia e com o orixá parte da África para o Brasil tendo um conceito e uma visão diferenciada aqui na nossa tradição.

Os Odú foram trocados por números para que se identificasse o problema do consulente e que o cidadão da época não percebesse a existência do culto ao orixá em suas numerologias. Quando você apura o Odú de nascimento do consulente, e os Odú vão de 1 a 16, se substitui o nome. Ex: em vez de escrever Obará usa-se o numero 6 para que as pessoas não identificassem o culto aos orixás e nem os cristãos pudessem identificar o culto dentro dos terreiros.

Existem, na África e em outros países que cultuam os Orixás e que procedem ao jogo de Ifá, utilizando vários e inúmeros Odú, mas tradicionalmente, aqui no Brasil, estabilizaram-se dezesseis Odú. Visto dessa forma, a Cabala individual é formada, composta de 05 Odú, todos associados e resultantes da data de nascimento.

Os Odú sintetizam o potencial de cada indivíduo, seus talentos, suas limitações, a forma de agir e reagir com o seu meio. São eles que indicam traços fortes e pontos vulneráveis. Quando os conhecemos, podemos lidar melhor com eles e viver bem com a gente e com os outros, pois um Odú, não pode ser trocado, apenas lapidado.

No momento em que nascemos, logo que respiramos pela primeira vez, todas as energias do Universo Material e espiritual se ligam ao nosso corpo físico. Nesse momento é formada uma vibração divina, um padrão de energias Divinas, Astrais e Numerológicas que são particulares, intransferíveis e atemporais. Esse padrão é único para cada indivíduo e nesse momento absoluto, a pessoa tem traçado o seu Odú, termo que em, Yorubá, significa “caminho” ou “destino”.

Marcelo Alban

Marcelo Alban

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Sobre Mim

Marcelo Alban começou a desenvolver a sua espiritualidade desde a infância. Nasceu em um berço espiritualista onde foi caminhando nos estudos e se aprofundado na história das religiões e da alta magia. 

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