Osoguian, o grande rei de Ejigbojo ( Elejigbojo ), chamado “Orisá comedor de inhame pilado”, inventou o pilão para saborear mais facilmente seus prediletos inhames.
Todo o povo de seu reino adotou sua preferência. E tanto que se comia inhame que não se dava conta de plantá-lo e colhe-lo. E assim, grande fome se abateu sobre o povo de Osoguian.
Osoguian foi consultar Esú, que o mandou fazer sacrifícios e procurar o ferreiro Ogun, que na época vivia em Ipesá. O que podia fazer Ogun para que o povo de Ejigbô tivesse mais inhame?
Ogun logo deu a solução. Em sua farja, Ogun fez ferramentas de ferro, fez enxada, enxadão, foice, pá, ancinho, martelo e o arado. “Leve isso a seu povo em Ejigbô, e o trabalho na plantação vai ser mais fácil. Vão colher muitos inhames, mais do que plantar com as mãos”, disse Ogun.
E assim foi feito, nunca se colheu tanto inhame, e a fome acabou. Agradecido a Ogun o povo realizou uma grande festa em sua homenagem, ofereceram a ele um grande banquete de inhames, feijão regado no azeite, caracóis e etc.
Ogun disse a Osoguian: – Na casa todos se vestem de branco, vou me vestir de branco para receber as oferendas, e a partir de hoje, o inhame será meu alimento preferido.
Osoguian disse a Ogun: – Meu povo nunca há de esquecer sua dádiva, dê – me um laço de seu abadá azul para que eu possa usar em minhas roupas brancas.
Vamos para sempre nos lembrar de Ogun.
O Itan do Odu Eta Ogundá nos revela porque o inhame é um dos alimentos que não pode faltar nas oferendas a Ogun e nos revela também, porque Osoguian usa o azul nas suas contas.
Obs:
Sempre que fizer oro para um destes orisás deve ser usado o inhame para o jogo de aláfia.
Na África o inhame se tornara o pão de todos os dias. E já no novo mundo foi substituído pela mandioca onde tem uma grande função dentro da casa de ase. Na hora de fazer a farofa de exu, as bolas de Egun entre outras comidas.